Aconchego Postagens

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Breve Histórico do Tempo

Não sei se os mais atentos perceberam, mas fato é que minha ficha ainda não caiu no que se refere à (embrionária) condição de blogueira, rss.
Pensei a princípio num espaço tipo LITERAPURA, por onde desfilariam as Florbelas e Cecílias, e Fernandos e Pessoas que encantam minha tenra vida, mas... felizmente não peco tanto, uma vez que defino meu espaço como "miscelânea", assim sendo, à obra!!! situar-me é questão de tempo.

E por falar em tempo...

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.
Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera!
São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito.
São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza desarma o tempo.
Afrouxa-lhe o arco, com que já não Atira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as Asas, com que voa e foge.
A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas.
Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.

(Pe. Antonio Vieira, MEU BARROCO FAVORITO!!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário